data-filename="retriever" style="width: 100%;">O cidadão comum, como eu e a maioria dos que leem esses artigos, se perguntam quais as leis econômicas que regem as precificações dos derivados do petróleo em nosso país. Sabemos que essa precificação está atrelada ao preço internacional do barril de petróleo. Quando esses preços sobem, logo a gasolina e o diesel sofrem aumentos. Quando os preços descem, muito dificilmente a gasolina também desce... São leis complexas, difíceis de entender e que estão ao alcance somente de uma minoria de cérebros privilegiados, responsáveis pela felicidade de todo um universo de consumidores indefesos.
Agora mesmo, com a alta dos preços no mercado internacional, o Brasil, que é um dos grandes exportadores do óleo cru, passou a obter lucros altamente compensadores do grande esforço econômico e tecnológico desenvolvido pela Petrobras na exploração do pré-sal. Nossa grande empresa estatal está, aos poucos, pagando seus débitos que derivaram de décadas de má gestão e roubos bilionários cometidos por brasileiros patriotas que cuidaram, primeiramente, de seus interesses pessoais, apesar de se preocuparem muito com o bem-estar do povo, principalmente dos mais humildes, aqueles que ganham salário mínimo e pagam transporte coletivo...
Uma coisa que não entendo e fica dando voltas na minha cabeça é por que esses preços internacionais devem ser pagos por nós, indefesos consumidores nacionais? Se o petróleo é nosso, se a Petrobras é nossa, se o Brasil é a nossa Pátria, onde vivemos e consumimos, por que temos de pagar preços internacionais? Por que o consumidor americano, com poder aquisitivo muito superior ao nosso, paga a metade do preço que pagamos? Lá, eles extraem petróleo do xisto betuminoso e compram grandes quantidades de óleo a preços internacionais! Fico pensando que lá deve haver cérebros privilegiados que decidem a favor do povo consumidor, absolvidos de seus pecados e bonificados com combustíveis fósseis que facilitam os transportes das mercadorias, que chegam mais baratas à mesa do consumidor. Aqui, nós somos condenados a maximizar os lucros da Petrobras para que mais rapidamente ela volte a ser a maior do mundo e não deva mais nada a ninguém! Nós, que estamos acostumados a uma vida de escravização ao trabalho e a uma exploração desenfreada pelos bancos rentistas, devemos ser responsáveis e pagar por todos esses crimes de lesa-pátria.
Os jornais estão noticiando que o presidente da República, num ato corajoso, determinou o aumento do salário mínimo de R$ 6. Passará de R$ 1.039 para R$ 1.045! Por que o salário mínimo deve ser corrigido pelos índices de inflação? Quais são as razões que esses cérebros privilegiados se baseiam para fazer essa correção? Por que não corrigem pelo valor do dólar? 300 dólares, que seria um mínimo aceitável, a R$ 4,12 representariam um valor mínimo de R$ 1.236. Essa vergonha nacional, que é a aceitação de um povo inteiro ser submetido a condições aviltantes de remuneração pelo trabalho, não mexe com os miolos desses cérebros privilegiados. Será essa a vantagem entre o liberalismo e o socialismo?
Sim essa é a pergunta! Porque ao povo que trabalha e sofre, é isso o que interessa. Os economistas clássicos dizem que o aumento do poder aquisitivo leva a um aumento de consumo, que origina maior demanda às empresas fornecedoras, num encadeamento virtuoso que produz desenvolvimento e bem-estar. Esse ciclo virtuoso absorve a mão de obra ociosa, dando segurança ao trabalhador que passa a amar o torrão natal e não mais um emigrante da miséria!